Uma experiência - No selfies
Eu sai passear com o meu filho e no meio do caminho percebi que tinha acontecido algo muito terrível. Tinha esquecido meu celular. Fiquei preocupado. Sem celular. Sabe que foi passando o tempo. Eu fui me acalmando, fomos curtindo as brincadeiras eu e ele. Fizemos coisas legais ele brincou, jantamos dividindo um prato de macarrão juntos, demos risadas engraxamos os sapatos em uma sapataria.
Ele quis engraxar o tênis, um sarro. Escutamos musicas na loja de disco juntos, o guri é Rock. Coisas muito legais. Mas aproveitei muito, olhei muito mais para ele. Guardei as lembranças para mim. Não perdi tempo tirando foto enquanto ele ria. Escutava ele em vez de postar a foto de nós realmente felizes nas redes sociais.
Cheguei em casa e nada de mais no celular. Minha única preocupação se algum paciente de pós op tivesse me ligado. Mas ainda bem que não. Descobri. Existe vida. Não preciso carregar o dito todas as horas. Se levar vou deixar no carro, afinal urgências temos. Mas a melhor descoberta de todas, não sou o mais importante para os outros que precisam ou vão me chamar a cada instante. Não vou salvar o mundo. Nem todos precisam ver ou vão curtir minhas fotos. Não sou nada de diferente. Fui sim importante para ele. Fiquei ligado nele. As selfies estão guardadas pois minha mente as reteve.
gustavo.
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