O Trem 2
Segunda parte.
O sol estava curando o homem de suas feridas internas, ficou lá parado por uns bons instantes se recarregando, mas estava na hora de o trem partir para mais uma viagem em busca de mais pessoas que precisavam de sua condução de cura.
Neste momento o homem pensou no que seria bom para ele, estava preparado para desembarcar, estava pronto para sua jornada sozinho ou precisaria de mais um pouco do conforto e do tratamento que encontrou naquele primeiro vagão?
Todos que lá chegavam eram livres, apenas uma coisa era certa, quem estava naquele trem estava por livre vontade, vontade de melhorar, tirar suas mazelas e poder se limpar. Sendo no último vagão mais escuro ou no primeiro mais iluminado, não importava, todos estavam na mesma jornada, o que diferenciava apenas era seu estado de consciência.
Será que ele estava lúcido o suficiente para desembarcar e andar com suas próprias forças, ou mais uma volta naquele trem o faria bem? A dúvida fazia parte de sua mente naquele momento, dúvida que o fez pensar muito, quando para ele este mesmo pensamento veio como a resposta. Se a dúvida persistia era por que ele ainda não estava pronto, precisaria ainda andar mais algumas estações naquele vagão... e foi o que ele fez, embarcou para poder se sentir mais seguro de si.
Mas ao pisar no primeiro degrau para voltar ao seu local, o homem sentiu-se mais forte para aquela viagem, muito melhor do que antes, quando pisou pela primeira vez e sentiu-se também mais preparado para ser, além de um passageiro, um trabalhador naqueles vagões.
E assim o trem da cura partiu para mais uma volta de 04 estações, pronto para embarcar mais pessoas solitárias, sedentas por curas em suas buscas interiores.
O apito soou e o trem foi...
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